Diário do Mercado - 5ª feira, 02.06.2016
Ibovespa subiu, respondendo a agenda econômica interna e impulsionado por possível fusão no setor educacional O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira em alta, aos 49.887 pts (+1,79%).
Na semana, o índice acumula alta de 1,70%, no mês +2,92 %, e no ano +15,08%, porém, variação negativa de 8,02 % em 12 meses.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 5,83 bilhões, sendo R$ 5,71 bilhões no mercado à vista. No dia 31 (último dado disponível), houve saída de capital externo da ordem de R$ 360 milhões da bolsa, que acumulou em maio saldo negativo de R$ 1,81 bilhão, porém, ingresso líquido de R$ 11,48 bilhões no ano.
O dia de hoje [5ªfeira, 02.06] foi marcado pelo gradual otimismo, com o Índice superando suas máximas ao longo de todo o pregão, na esteira da boa performance das ações dos setores de siderurgia e mineração, construção civil, mas principalmente das educacionais, com Kroton e Estácio, que lideraram as altas do dia (+13,56% e +23,74% respectivamente), reagindo a notícias quanto a uma possível fusão entre ambas.
Uma eventual implantação deste deal, embora possa contar com obstáculos oriundos de regras antitruste, é considerada positiva por nossos analistas, que comentam prováveis ganhos de sinergia no Flash Note– Kroton and Estacio
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Indicadores
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente, o grande destaque ficou por conta da Produção Industrial, que em abril foi 0,1% maior do que em março, e retraiu 7,2% em relação a abril de 2015, surpreendendo positivamente o mercado, cuja mediana das estimativas situava-se em negativos 0,9% e 8,9% respectivamente.
DRU: Expectativa pela Votação no Senado
O mercado também animou-se com a notícia da aprovação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) pela Câmara dos Deputados. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga a DRU até 2023 foi aprovada em primeiro turno, por 334 votos a 90 (apenas 308 eram suficientes), e ampliará para 30% (20%, antes) o percentual de receitas que poderão ser usadas livremente pela União. A votação ainda será realizada em segundo turno, antes de a PEC ser avaliada pelo Senado.
No cenário externo, de modo relevante, embora sem maiores surpresas, ficou por conta da definição das taxas de juros da Zona do Euro, que ficaram inalteradas.
BCE
A principal taxa do BCE, de refinanciamento, utilizada nos empréstimos regulares, permaneceu na mínima histórica de 0%, enquanto a taxa de depósitos ficou inalterada em -0,4%, o que significa que os bancos comerciais continuam pagando para deixar fundos guardados junto ao BCE.
"O BCE irá monitorar de perto a evolução das perspectivas de estabilidade de preços e, se garantido o alcance de seu objetivo, irá agir usando todos instrumentos disponíveis em seu mandato",
disse seu presidente, Mario Draghi. Economistas do banco revisaram sua perspectiva para a inflação em 2016 de 0,1% para 0,2%, no entanto, eles mantiveram suas estimativas para o próximo ano e para 2018 em 1,3% e 1,6%, respectivamente.
EUA e Zona do Euro
A perspectiva de crescimento do PIB da zona do euro em 2016 foi revisada para cima, de 1,4% para 1,6%, ao passo que a de 2017 se manteve em 1,7%. O chairman voltou a dizer que um dos riscos ao cenário do BCE é o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Ele pediu aos eleitores britânicos que apoiem a permanência no bloco, mas disse que o BCE estava "pronto para qualquer resultado".
Nos EUA, dados de novos pedidos de seguro -desemprego também figuraram, trazendo 267 mil pedidos registrados na semana findada em 28 de maio, mas , o número não impactou o mercado, pois veio em linha com as estimativas dos analistas, em 270 mil.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, o dólar norte -americano encerrou a sessão cotado no interbancário a R$ 3,5945 (-0,16%), em uma sessão que precificou o discurso do presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, sugerindo um possível adiamento do aumento da taxa de juros nos EUA para julho, trazendo pressão sobre o dólar perante diversas divisas globais, inclusive o real.
No mercado de juros futuros na BM&F, o dia foi de recuo ao longo de praticamente toda a extensão da estrutura a termo da curva. Já o CDS de 5 anos do Brasil (medida de risco -país) recuou pela terceira sessão consecutiva, e fechou o dia em 353 pts, ante 361 pts na véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado nesta 5ª feira, 02.06.2016. elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI, ambos analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS.